s
TRANSFORMAÇÃO DIGITAL SEM TRAVAS

Quem precisa de um marketplace de C-Levels?

Há quem chame essa movimentação de tendência, mas será o "executivo temporário" uma real demanda das organizações?

Por Sergio Lozinsky 26/07/2024

O termo “marketplace de C-levels” tem se tornado mais conhecido no mundo do trabalho. Ele se refere à premissa de profissionais experientes que atuam à frente de projetos específicos ou interinamente, sem configurar um vínculo empregatício com a organização.  Porém, antes de qualificar esse movimento como “tendência”, como alguns defensores do modelo e veículos da mídia setorial têm feito, é preciso examiná-lo um pouco mais de perto e entender o que está por trás do burburinho.

Pensemos juntos. Uma tendência só se concretiza quando há busca por aquilo que ela impulsiona. Se não há uma necessidade do mercado, estamos diante da tentativa de criação de demanda: há muito mais interesse de quem oferece o serviço do que de possíveis interessados em contratá-lo. Mas, como seria lógico de se esperar, esse interesse não nasceu do nada: há eventos recentes que colaboraram para que profissionais seniores — e alguns não tão seniores assim — se arriscassem na carreira de “C-level de aluguel”.

O pós-pandemia levou as pessoas a repensarem seu estilo de vida, inclusive profissionais de carreira executiva. Assim, existe uma parcela de executivos e executivas que confiam na experiência que desenvolveram ao longo de suas carreiras e tentam fazer dela um negócio. Um negócio que permita mais qualidade de vida, na perspectiva dessas pessoas, possibilitando trabalhar remotamente e sem as grandes pressões impostas sobre uma cadeira de liderança em uma organização.

O papel que esses profissionais almejam é bem parecido com o de um consultor ou mentor, que oferece brainstorming estratégico, aconselhamento, validação, controle de qualidade, entre outras atividades consultivas. Mas, diferentemente desses, os C-levels têm uma responsabilidade maior de execução. Como chief — um líder — esse profissional geralmente lidera uma equipe de gestores, de forma contínua e imersiva.

Filhos pródigos

É difícil imaginar um movimento de “C-levels as a service” ganhando força. E explico o motivo. Embora já existam agências que se proponham a agrupar esses profissionais e oferecer seus serviços às empresas, estamos diante da tentativa de criar um mercado, e não de uma demanda sendo atendida. O que observo é que a oferta sequer é tão grande a ponto de ser chamada de tendência.

Não que C-levels não possam ter passagens pontuais por uma organização. Já vi experiências muito bem-sucedidas em que um profissional, após atuar por anos em posição de liderança em uma empresa, foi chamado de volta para contornar algum problema específico - preencher uma cadeira onde houve uma demissão inesperada ou estar à frente de um projeto crítico, por exemplo. Estas são situações em que trazer de volta alguém que já conhece a cultura, a política, os processos e o core-Business da companhia faz bastante sentido.

Este é um conteúdo exclusivo para assinantes.

Cadastre-se grátis para ler agora
e acesse 5 conteúdos por mês.

É assinante ou já tem senha? Faça login. Já recebe a newsletter? Ative seu acesso.

Como o CEO é percebido pelo CIO - e por que isso importa ao negócio

Transformação Digital sem Travas

Como o CEO é percebido pelo CIO - e por que isso importa ao negócio

Quanto mais a tecnologia se espalha pela empresa, mais importante é essa relação — assim como maiores são os riscos, à medida que a TI se torna mais crítica para as operações.

Todas as lideranças precisam de KPIs – por que o board não?

Transformação Digital sem Travas

Todas as lideranças precisam de KPIs – por que o board não?

Se os conselheiros não estão sujeitos a indicadores, como saber se as decisões que estão apoiando são mesmo as melhores para a empresa?

Gestão de marca: o quanto o CEO pode - e deve - intervir

Transformação Digital sem Travas

Gestão de marca: o quanto o CEO pode - e deve - intervir

Qual o equilíbrio entre legado e renovação quando o assunto é gestão e atualização de marca?

CEO global: resultado ou estrelato?

Transformação Digital sem Travas

CEO global: resultado ou estrelato?

Um CEO pode resolver problemas complexos do negócio em um setor onde ele nunca atuou, mas apenas o sucesso do passado não é suficiente para garantir êxito na nova empreitada.

Quem precisa de um marketplace de C-Levels?

Transformação Digital sem Travas

Quem precisa de um marketplace de C-Levels?

Há quem chame essa movimentação de tendência, mas será o "executivo temporário" uma real demanda das organizações?

O downsizing das empresas e seus impactos em crescimento e inovação

Transformação Digital sem Travas

O downsizing das empresas e seus impactos em crescimento e inovação

Entenda como as equipes de TI devem se transformar em virtude da chegada da IA e da pressão por custos mais sustentáveis.